quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pinhão Manso:


Do agronegócio sustentável à produção do biodiesel e ao crédito de carbono.



1. O Projeto
2. Horizonte Temporal
3. Principais Atividades Previstas
4. Eixos Geográficos

1. O Projeto

A Emepa-PB compartilha com universidades (Federal e Estadual), instituições públicas estaduais, iniciativa privada e agricultores familiares a implementação de projeto para apropriação de conhecimentos sobre o cultivo do pinhão manso no semi-árido paraibano.

Os fundamentos básicos do projeto vinculam-se a encontrar alternativas de convivência econômica e social para os agricultores familiares que recebem forte influência das condições adversas do agroclima, tendo como fator de agregação a possibilidade de participar de programas que objetivem a produção de combustíveis não poluentes e o resgate dos créditos de carbono.

O pinhão manso (Jatropha curcas, L.) está sendo considerado uma opção agrícola para a Região Nordeste, por ser uma espécie nativa, exigente em insolação e com forte resistência à seca. Surge de maneira espontânea em regiões de solos pouco férteis e de clima onde ocorrem baixas precipitações, podendo ser muito promissora para a agricultura familiar na produção de óleo em áreas de freqüentes adversidades climáticas. Ademais, é altamente resistente às doenças e aos insetos, visto que segrega látex cáustico que escorre das feridas ou folhas arrancadas, fazendo o papel de repelente.

Apesar de seu uso pouco comercial no Brasil, Carnielli (2003) considera uma planta oleaginosa viável para a obtenção do biodiesel, produzindo, no mínimo, 2 t de óleo/ha e levando de três a quatro anos para atingir a idade produtiva, que pode se estender por 40 anos. Por isso, segundo Peixoto (1973), pode apoiar a conservação do solo com a matéria seca depositada, reduzindo, dessa forma, a erosão e a perda de água por evaporação.

Outro fator estratégico se refere à participação nos benefícios estabelecidos no "Protocolo de Kioto", em que os países signatários estimulam programas que favoreçam o seqüestro de gás carbônico (CO2) da atmosfera pelas plantas. Em decorrência, gera o "certificado de carbono" que passa a servir como contrapartida pelos países que não conseguiram reduzir em 5,2%, entre 2008 e 2012, a emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa, quando comparado ao valor registrado no ano de 1999. De acordo com o Banco Mundial, estima-se que o País pode participar com 10% desse "Mecanismo de Desenvolvimento Limpo", o que representa cerca de US$ 1,3 bilhões de dólares em 2007.
2. Horizonte Temporal

As ações do projeto estão programadas para serem executadas no biênio 2007/2008, considerando a conveniência de se instalar unidades de pesquisa e campos demonstrativos, promover cappacitação técnica, realizar testes de progênie e linhagens, obtenção de híbridos, dentre outras.
3. Principais Atividades Previstas

a) instalação de 10 Unidades de Observação em propriedades de agricultura familiar;

b) identificação/caracterização de ocorrência de plantas e coleta de germoplasma;

c) estabelecimento e análise econômica de Campos Demonstrativos em áreas degradadas na UEPB / UFPB / Emepa;

d) capacitação técnica para 24 pessoas no sistema de produção da Fazenda Tamanduá;

e) seleção de plantas, realização de Testes de Progênies, definição de linhagens e formação do Banco Ativo de Germoplasma;

g) obtenção e testes de adaptabilidade de Híbridos;

h) campos de produção de sementes híbridas (Bulks e F1);

i) análises de sementes, óleo e subprodutos.
4. Eixos Geográficos

As atividades do projeto procuram fortalecer o agronegócio da agricultura familiar, evidenciando áreas com acentuadas dependências às condições edafoclimáticas, mas com potencialidades para o cultivo do pinhão manso. Nesse sentido, foram definidas as atividades para serem desenvolvidas em diferentes espaços geográficos, cujas economias carecem de novos arranjos, abrangendo as mesorregiões do Agreste Paraibano, Borborema e Sertão Paraibano.

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