quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Transposição começa a chegar no Cariri com obras em Monteiro e Taperoá



O sonho de mais de um milhão de paraibanos de ver a transposição das águas do Rio São Francisco chegar ao Estado para aliviar o sofrimento provocado pelos períodos de seca já começa a ganhar forma. As obras da transposição feitas nos eixos Norte e Leste avançam e enchem de esperança agricultores de várias regiões do Estado. Com isso, alguns municípios cortados por rios por onde as águas passarão com destino aos grandes reservatórios, a exemplo dos rios Taperoá e Paraíba, já estão recebendo recursos provenientes de projetos aprovados pelo Governo Federal para realizar as obras de saneamento básico e revitalização dos rios.

Em Taperoá, no Cariri do Estado, foram iniciadas as obras para a revitalização do rio Taperoá, que se encontra poluído devido à grande quantidade de lixo que é depositado em seu leito por 31 municípios. Na cidade, está sendo construído um aterro sanitário para abrigar todo lixo que é produzido.

Além dos recursos destinados à construção do aterro, o município ainda foi contemplado com recursos de mais de R$ 13 milhões para as obras de esgotamento sanitário.

Para Monteiro, uma das portas de entrada das águas do Rio São Francisco na Paraíba, o Governo Federal irá liberar mais de R$ 4 milhões para saneamento básico de quatro bairros que ainda não contam com o serviço.

Lixo hospitalar e agrotóxicos poluem rios

Outro problema está na distribuição de resíduos sólidos, inclusive o lixo hospitalar, além de agrotóxicos que também são depositados nestes rios, causando poluição e assoreamento. É o caso do rio Taperoá que possui 152 quilômetros de extensão, corta oito municípios e abastece mais 32 cidades. Ele é afluente do rio Paraíba e, há décadas, tem sido usado como local de despejo de lixo e esgotos das cidades pelas quais passa. Para amenizar o caos em que se encontra uma das principais fontes de sobrevivência de mais de 200 mil paraibanos, o Governo Federal aprovou, em 2008, o projeto de recuperação e manejo da bacia hidrográfica do Rio orçado em R$ 135 milhões e que tem por objetivo restaurar as matas ciliares, recuperar o leito degradado e contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio da agricultura familiar.

De acordo com o prefeito de Taperoá, Deoclécio Moura, o rio recebe toneladas de lixo por semana, provocando sérios danos ambientais. Ele disse que, até 2005, somente Taperoá produzia 70 carradas de lixo por semana, material que era todo depositado dentro do leito do rio e, com as chuvas, era levado para o açude de Boqueirão. “Por causa disso, a Prefeitura foi multada pela Funasa em R$ 72 mil reais. Hoje, reduzimos esta produção para 25 carradas por semana e todo material coletado é depositado em um lixão na saída da cidade”, disse o prefeito.

Em 2008, Taperoá foi contemplada com uma parte dos recursos para dar andamento à construção do aterro sanitário, já que a cidade foi um dos 12 municípios paraibanos contemplados com a obra. Localizado no sitio Panati, a três quilômetros da zona urbana, o aterro sanitário possui uma área de aproximadamente de 30 mil metros quadrados.

A obra foi dividida em três etapas e a primeira foi concluída. A segunda etapa deverá ser iniciada no mês de outubro e toda obra está prevista para ser terminada no primeiro semestre de 2011.

Aterro sanitário

Segundo o prefeito Deoclécio Moura, com a construção do aterro sanitário, Taperoá vai receber resíduos de várias cidades vizinhas. Ele disse que será construída também uma usina de reciclagem e, posteriormente, fábricas de beneficiamento de papel, plástico, garrafas pet e vidro para gerar emprego e renda para população.

Além destas obras, Taperoá deverá ganhar também uma cooperativa de catadores de lixo, já que atualmente, cerca de 45 famílias vivem de catar o material. “Vamos regularizar a situação dos catadores de lixo já que tem muita gente que sobrevive de catar esses materiais e consequentemente contribuem para limpeza da cidade e do rio. Além disso, vamos buscar investimentos para aquisição dessas empresas de beneficiamento. “Acredito que teremos bastante êxito já que estaremos contribuindo para revitalização do rio Taperoá e ainda gerando emprego e renda para o município”, afirmou o prefeito.

Monteiro terá obras de saneamento

O município de Monteiro, localizado no Cariri paraibano, ostenta o privilegio de ser detentor da área em que nasce o rio Paraíba, que terá o canal por onde passará as águas do Rio São Francisco. A cidade será a primeira do Estado a receber as obras de transposição das águas do Rio São Francisco pelo Eixo Leste. As obras estão a menos de 15 km do município e, em alguns trechos, ainda em terras pernambucanas, próximas de Monteiro, o canal já está concluído. Em outros, foram feitas as valas para, em seguida, serem colocadas as bases de concreto.

De Custódia (PE) a Monteiro são quase 100 quilômetros de extensão de obras com mais de 500 trabalhadores. Para receber a transposição, algumas mudanças de infraestrutura serão realizadas em Monteiro. De acordo com informações repassadas pelo secretário de Infraestrutura Rogério Leite, a Prefeitura está elaborando projetos para serem apresentados ao Ministério da Integração Social.

Ele disse que, no primeiro semestre deste ano, foi aprovado um projeto para saneamento de quatro bairros da periferia, com recursos do PAC II, na ordem de mais de R$ 4 milhões. Cerca de duas mil famílias que hoje convivem com o esgoto a céu aberto serão beneficiadas.

Da Redação com CP

Postado por Klebson Wanderley

Nenhum comentário:

Postar um comentário