sábado, 26 de março de 2011

Aesa registra chuvas em 104 municípios

Por: SILVANA TORQUATO E ALBERTO SIMPLÍCIO

As chuvas registradas na última quinta-feira em boa parte das regiões do Cariri, Sertão e Agreste paraibano causaram destruição e uma pessoa está desaparecida depois de ter sido arrastada pela correnteza do Rio Paraíba, no município de São Domingos do Cariri. Conforme informações da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), foram registradas chuvas em 104 municípios. Em Dona Inês, no Agreste paraibano, ocorreu a maior precipitação, 139,9 milímetros.
Já na cidade de Soledade, uma chuva intensa, de aproximadamente 130 milímetros, também assustou os moradores. “Graças a Deus que tudo terminou bem. A chuva foi boa para encher os reservatórios daqui. Mas como estão acontecendo muitos desastres em outras cidades quando aparecem as chuvas, a gente fica apreensiva”, contou Eliane Oliveira, que reside na cidade há mais de dez anos e “fazia muito tempo que eu não via uma chuva grande assim”.
DESAPARECIDO
Em São Domingos do Cariri, onde choveu 66,4 mm durante três horas, o nível da água do Rio Paraíba elevou e José Gilvan Celestino, 45 anos, funcionário da Agrofrios, que se localiza em Campina Grande, estava trabalhando na cidade quando foi arrastado pela correnteza no momento em que fazia a travessia da ponte Curralinho, na zona rural da cidade. O motorista do caminhão baú, Raniel Martins, 39 anos, que estava junto com Gilvan, conseguiu sair do veículo, mas não teve como salvar o amigo. Até o fechamento desta edição, José Gilvan estava desaparecido e após promover várias ações para encontrá-lo, o Corpo de Bombeiros resolveu suspender as buscas na região e retomá-las hoje.
Segundo a auxiliar do setor pessoal da Agrofrios, Rosângela Tavares, José Gilvan já trabalha na empresa há dez anos, e na tarde da última quinta-feira, ele foi junto com Rainel fazer entrega de produtos em São Domingos do Cariri. Bastante abalado, o motorista do caminhão permaneceu na cidade onde aconteceu o incidente e disse que só volta a Campina Grande quando encontrar o colega de trabalho.
De acordo com o relato de moradores da comunidade, os dois trabalhadores passavam em uma ponte no momento em que o nível da água subiu. Mesmo assim, eles acreditaram que a força do rio não seria capaz de carregar o veículo, que estava com uma carga de quase cinco toneladas. O caminhão perdeu o movimento com a areia e a água acabou arrastando o veículo por mais de três quilômetros.
A carga de alimentos e o carro só foram localizados próximo ao sítio Caiçara. Na cidade, o clima era de comoção e de espanto diante da força das águas. “Nunca tinha visto uma coisas dessas”, relatou Aécio Nóbrega, morador do município.
O Rio Paraíba é um dos mais importantes do Estado. Ele nasce a mais de mil metros de altitude na Serra de Jabitacá, no município de Monteiro; na divisa com o Estado de Pernambuco, e percorre toda a região centro-sul do Estado. O manancial abrange uma área de 20.071,83 km², compreendida e seu curso total tem 380 km, sendo a segunda maior bacia da Paraíba.
Segundo a meteorologista da Aesa, Carmem Becker, a mudança no clima aconteceu depois de uma forte massa de ar seco, que proporcionou dias com sol forte e poucas nuvens. A previsão começou a mudar desde a última quinta-feira e a expectativa é de mais chuvas neste final de semana, principalmente durante à tarde e noite nas regiões do Cariri, Sertão e Litoral. Na tarde de quinta-feira, 14 municípios registraram precipitações entre 50 mm a 100 mm. E por causa das chuvas fortes, boa parte do calçamento na rua onde se localiza o hospital de Dona Inês foi destruído.
AÇUDES
As precipitações registradas desde o início deste ano na Paraíba já modificaram o cenário dos reservatórios paraibanos. Atualmente dos 121 monitorados pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) do Estado, 25 estão transbordando, 84 possuem volume de água superior a 20% de suas capacidades e apenas 11 ainda estão abaixo dos 20% do total.
Entre os três maiores, o complexo de Coremas Mãe D’Água (82,8%), o açude Epitácio Pessoa (Boqueirão - transbordando) e o açude de Engenheiros Ávidos (51,4%), em Cajazeiras, todos estão com níveis de água acima da metade de suas capacidades.
Seja bem vindo(a),
José Roberto Bezerra Silva

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